José de Azevedo e Menezes
Nível de descrição
Unidade de instalação
Código de referência
PT/MVNF/AMAS/ACP-CA/01ª GERAÇÃO-A/001/0008
Tipo de título
Atribuído
Título
José de Azevedo e Menezes
Dimensão e suporte
2 doc.; papel.
História administrativa/biográfica/familiar
Famalicense ilustre, José de Azevedo e Menezes (1849-1938), como ficou conhecido, mas de seu nome completo José de Azevedo e Menezes Cardoso Barreto, foi um erudito que colaborou em variadíssimos jornais: Novidades, O Primeiro de Janeiro, Nova Alvorada, Correio do Minho, Progresso Católico e A Palavra, do Porto, de que foi um dos fundadores. Publicou Ninharias (1911) e projetou reunir em 6 vols. a vasta colaboração dispersa, que julgamos não ter vingado. Exerceu cargos importantes na sua terra natal, a que foi extremamente devotado: 2.° provedor do Hospital de S. João de Deus (1880-1881), presidente da Câmara Municipal (1896-1898), presidente e fundador da Conferência de S. Vicente de Paulo, tendo sido um dos inspiradores da reconstrução da casa de São Miguel de Seide, destruída pelo incêndio de 1915, e que é hoje a Casa-Museu de Camilo. Foi o principal responsável (se não exclusivo) da elaboração do Camilo Homenageado, redigindo os resumos das cartas (ainda) existentes em Seide, trabalho exaustivo e meritório, quaisquer que sejam as suas deficiências.Conheceu pessoalmente o romancista devido ao seu parentesco com o visconde de Azevedo e com ele se correspondeu, tendo oferecido à Casa-Museu os autógrafos (de 13 cartas e 2 bilhetes) recebidos de Camilo, em regra sobre temas genealógicos. "O maço destes autógrafos", lê-se no Camilo Homenageado, "contém recibo da importância, que deu por eles o destinatário à Sr.ª D. Ana Rosa Correia e a seus filhos, netos do insigne escritor Camilo Castelo Branco" (nota de p. 5). Perguntará o leitor: como é que as cartas que deviam estar de posse do destinatário, este teve de as pagar a Rosa Correia? Não se entende.Numas páginas de memórias ("Grata Lembrança de Camilo/Como eu o conheci"), José de Azevedo e Menezes narra algumas das suas reminiscências: "Vi-o pela primeira vez em 1871, no Porto, em casa do tio Azevedo [o 1.º conde e 1.º visconde de Azevedo], que era seu amigo dedicado. […] Lembro-me ainda das animadas palestras literárias, em que o fecundo romancista e outros eruditos tomavam parte na livraria do velho amigo titular […] Tenho ainda a visão longínqua da sua figura proeminente, parada à porta da livraria Moré, no Porto, na roda de amigos e admiradores, e vestindo à moda romântica do tempo" (in Camilo Homenageado, pp. XXXI - XXXIV).Na Nova Alvorada, de que foi também colaborador, José de Azevedo e Menezes estampou uma das cartas de Camilo, antecedida destas palavras:"A publicação das cartas de Camilo, em edição de luxo, promovida pelos seus amigos e admiradores, seria o mais glorioso e perdurável monumento devido à Saudosa memória do laureado escritor" (n.°2, de 1-6-1891).Fonte: CABRAL, Alexandre - Dicionário de Camilo Castelo Branco. Lisboa : Caminho, 2003.