Bernardo Pinheiro Correia de Melo

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Bernardo Pinheiro Correia de Melo

Detalhes do registo

Nível de descrição

Subsecção   Subsecção

Código de referência

PT/MVNF/AMAS/ACP-CA/01ª GERAÇÃO-A

Tipo de título

Atribuído

Título

Bernardo Pinheiro Correia de Melo

Datas de produção

1870  a  1911-03-23 

Produtor descritivo

Bernardo Pinheiro Correia de Melo

História administrativa/biográfica/familiar

Bernardo Pinheiro Correia de Melo foi o 1º Conde de Arnoso.

Estrutura interna/genealogia

Bernardo Pinheiro Correia de Melo nasceu em Guimarães (São Paio), Casa do Proposto a 27 de maio de 1855. Filho de João Machado Pinheiro Correia de Melo, 1.º Visconde de Pindela, e de Eulália Estelita de Freitas Rangel de Quadros. Faleceu em Vila Nova de Famalicão, Casa de Pindela a 21 de maio de 1911. Foi o 1º Conde de Arnoso. Foi secretário pessoal do rei D. Carlos. O 1º Casamento com Maria José de Melo Abreu Soares Vasconcelos Barbosa e Palha (09.06.1857-12.01.1882). Casaram em Lisboa, Santos-o-Velho a 16.07.1877. Bernardo e Maria José tiveram 3 filhos: Ana Maria Isabel do Carmo Pinheiro de Melo (06.06.1878); João Maria Rodrigo Pinheiro da Figueira e Melo, 2ºConde de Arnoso (09.10.1879-06.06.1906). Não casou e sucedeu ao título o seu irmão; Vicente Miguel de Paula Pinheiro de Melo, 3º Conde de Arnoso (09.12.1881-15.06.1925).O segundo casamento do Conde de Arnoso foi com Matilde Munró dos Anjos, Condessa de Arnoso (22.05.1875-13.12.1963). Casaram em Lisboa, São José, Capela do Palácio Foz a 28.05.1890. Tiveram 5 filhos: Bernardo Miguel António Pinheiro de Melo (26.03.1896-14.03.1958); Maria do Carmo Pinheiro de Melo (04.06.1897-22.12.1986); Jorge Maria Baltazar Pinheiro de Melo (19.11.1904 -19.04.1965); Isabel de Jesus Maria Pinheiro de Melo (14.05.1907 - 30.01.1990); Teresa Maria Pinheiro de Melo (29.10.1911 - 17.04.1999).Em 1882, o rei D. Luís nomeou Bernardo Pinheiro, monárquico convicto, seu oficial às ordens. Nesta época, já era considerado uma personalidade de confiança e de lealdade à Casa Real, e mais tarde, em 1887, o rei nomeou-o secretário da embaixada a Pequim para apoiar a negociação do Tratado Luso-Chinês.Esta missão diplomática, à corte imperial de Pequim, foi liderada pelo Conselheiro General Tomás de Sousa Rosa, enviado extraordinário e ministro plenipotenciário em Pequim. Negociaram com extrema diplomacia e tornaram possível o tratado celebrado em dezembro de 1887, com a China, sendo este tema desenvolvido também neste trabalho. Desta viagem à China, Bernardo Pinheiro registou as impressões que obteve dos vários países e cidades por onde viajou, desde o Egipto, Singapura, Macau, Hong Kong, Xangai, Tien-Tsin, Pequim, Japão e Estados Unidos. Como se pode no Anexo 1, sobre as publicações impressas do Conde de Arnoso, foram publicados pequenos artigos na imprensa portuguesa, sobre esta viagem, culminando, em 1895, com a edição do livro Jornadas pelo Mundo.Entre 1895 e 1897, foi nomeado Fidalgo da Casa Real, exercendo funções de Oficial-Mor da Casa Real e Oficial às ordens dos reis D. Luís I e D. Carlos I. Foi designado Secretário Particular deste último, em 1891, cargo que ocupou até ao regicídio, tendo sucedido ao conde de S. Mamede nessas funções. O conde tinha sido nomeado ainda D. Carlos era Príncipe, por ser uma das pessoas envolvidas na contratação do casamento com a Princesa de Orleães. Foi afastado do cargo em 1891 por má administração do mesmo e pela incompatibilidade com a rainha D. Amélia. A escolha, para o secretário seguinte, recaiu sobre Bernardo Pinheiro que possuía, segundo D. Carlos, as qualidades necessárias para o desempenho da tarefa e nele depositava confiança e estima. O critério de escolha não foi exclusivamente o aristocrático, mas fundamentalmente o da afetividade.O apreço do rei D. Carlos por esta individualidade fez-se, mais uma vez, salientar na nomeação para o cargo de Par-do-Reino, por Carta Régia, de 29 de Dezembro de 1900, tendo prestado juramento e tomado assento na Câmara dos Pares na sessão de 6 de Março de 1901. Após o regicídio, numa época de profunda crise de valores e de agitação política e social conturbada, Bernardo Pinheiro usou a Câmara dos Pares do Reino para clamar justiça ao rei D. Carlos e ao príncipe D. Luís Filipe, assassinados no Terreiro do Paço, chamando atenção do governo pela indulgência demonstrada na punição dos responsáveis pelo crime.Recebeu o título de 1.º Conde de Arnoso, por decreto, em 28 de Setembro de 1895, pelo rei D. Carlos, em duas vidas, tendo a 2ª vida conferido ao seu filho primogénito, o 2º Tenente da Armada Real, João Maria Rodrigo Pinheiro de Figueira e Melo, por decreto de 1904.Ao longo da sua vida, recebeu inúmeras condecorações: Comendador das Reais Ordens Militares de Avis (fig. 6) e de Nª Sª da Conceição de Vila Viçosa (1902); Grã-Cruz de Afonso XII, do Mérito Militar e de Carlos III e Comendador de Número de Isabel, a Católica, de Espanha (1903); Grande-Oficial da Legião de Honra, de França (1905); Grã-Cruzes da Real Ordem de Vitória (1903), da Grã-Bretanha; de São Estanislau, da Rússia; de Alberto de Saxe; de Francisco José, da Áustria; de Mecklemburgo; do Duplo Dragão, 3ª Divisão, 1ª Classe, da China (1887); Comendador da Coroa Real da Prússia (1895) e Cavaleiro de S. Maurício e S. Lázaro, da Itália. Pertenceu ao grupo literário Vencidos da Vida (1888-1894) do qual fizeram parte várias individualidades da vida cultural portuguesa.Bernardo Pinheiro, para além deste nome, usou o pseudónimo Bernardo de Pindela para identificar a sua escrita literária, até à atribuição do título de Conde de Arnoso, em 1895, com que passou a assinar os seus escritos. Fidelino Figueiredo considerou-o como um excelente contista do movimento do realismo português, não sendo a obra extensa distingue-se pela qualidade.Com pouco mais de trinta anos, em 1886, deu à estampa o primeiro livro de contos Azulejos (1921). De seguida, a obra, também contos, De Braço Dado foi redigida em colaboração com o seu cunhado António Vasco de Melo (1851-1923), 9.º conde de Sabugosa. O relato da viagem à China ficou registado nas Jornadas pelo Mundo: I - Em caminho de Pekin. II - Em Pekin, com duas edições (Arnoso, 1895) e outra póstuma em 1916. Para a representação teatral, escreveu A Primeira Nuvem (1902) peça de teatro em forma de comédia em um ato, e O Suave Milagre peça de teatro em quatro atos e seis quadros, escrita em colaboração com Alberto de Oliveira, responsável pela parte poética. Textos sobre Sintra (1902), Vila Viçosa (1904), Minho (1906), O Elogio do Conde de Ficalho, publicado em 1903, A Eça de Queiroz (1904), A Justiça! (1908, 1909, 1913).Morreu em São Tiago da Cruz, V. N. Famalicão, na Casa de Pindela, no dia 21 maio de 1911, com 56 anos.