Vicente Pinheiro Lobo Machado de Melo e Almada
Nível de descrição
Subsecção
Código de referência
PT/MVNF/AMAS/ACP/14ª GERAÇÃO-A
Tipo de título
Atribuído
Título
Vicente Pinheiro Lobo Machado de Melo e Almada
Datas de produção
1824
a
1924-02
Produtor descritivo
Vicente Pinheiro Lobo Machado de Melo e Almada, 14ª Geração
História administrativa/biográfica/familiar
Vicente Pinheiro Lobo Machado de Melo e Almada foi o 2º Visconde de Pindela.Reorganizou todo o Arquivo de Pindela, com a colaboração do Abade de Tagilde. Foi o mentor de todas as obras de exterior e interior que transformaram a Casa naquilo que é na atualidade. Da sua correspondência familiar, social e política, bem como de toda a documentação relacionada com a sua vida diplomática e vida social reorganizou-se em várias subsubsecções: Estudante 1872 -1879; Governador da província de São Tomé e Príncipe 1880-01-03/1881-12-31; Deputado do Partido Progressista 1884-06/1885; Ministro plenipotenciário de Portugal na Legação de Haia (Países Baixos) 1886-08-11/1892-02-27; Ministro plenipotenciário de Portugal na Legação de Berlim, Dresden e Saxe-Coburgo-Gotha (Alemanha) 1893-12-23/1910-10-27; Administração da Casa de Pindela; Vida social e familiar.Muitos dos documentos que nele se mantém são provenientes do seu irmão Bernardo Pinheiro, o 1º Conde de Arnoso, e correspondência com diversos literatos e políticos da chamada Geração de 70. Existe uma grande quantidade de correspondência da sua mulher com diversas personalidades conhecidas da época.O 2º Visconde adquiriu, para a propriedade de Pindela, a quinta do Godinho, com ela confinante. Restaurou, modernizou, remodelou e aumentou a Casa de Pindela, fundada por seus antepassados, iniciada cerca de 1890, conferindo-lhe as feições arquitetónicas que hoje conhecemos. Exteriormente as modificações são assinaláveis, resultando um elegante e sóbrio edifício de dois pisos de planta em U: demolida a casa do caseiro, a la residencial é prolongada pela área que aquela então ocupava, sendo rematada à direita por majestosa torre de três pisos de sabor medieval. Nesta, o realce para a janela de estilo manuelino, uma fresta em cruz grega decorada com diversos elementos heráldicos dos apelidos da Família.No seu todo, uma intervenção arquitetónica profunda que, sem dúvida alguma, se enquadra na corrente cultural revivalista e historicista que marcou o século XIX, de valorização idealização da História nacional nos seus períodos áureos, e se refletiu nos projetos de construção e remodelação de edifícios públicos e privados. É da sua iniciativa, também, a edificação do jazigo da Família, no cemitério de Cruz, com o leão heráldico dos Pinheiros esculpido em tamanho natural por Mestre Teixeira Lopes.Verifica-se a grande influência do primo José de Azevedo e Menezes, da Casa do Vinhal, na administração de Pindela durante as ausências longas do Visconde em Haia ou em Berlim, bem patente em muita documentação.Foi colecionador de armaria e reuniu um acervo de armas brancas e de fogo e de armaduras dos séculos XV-XIX, portuguesas e estrangeiras. Parte da coleção de armas brancas encontra-se exposta no Paço Ducal de Guimarães.Na Casa de Pindela recebeu personalidades da cultura, da política e da diplomacia da época, destacando-se alguns dos membros do grupo dos "Vencidos da Vida", como Eça de Queirós, Ramalho Ortigão e o Conde de Ficalho. Seu amigo, o poeta e diplomata António Feijó foi um dos assíduos visitantes de Pindela.
Estrutura interna/genealogia
Vicente Pinheiro Lobo Machado de Melo e Almada nasceu em Guimarães a 23 de abril de 1853 e faleceu em V.N. Famalicão, na Casa de Pindela, a 14 de abril de 1922.Frequentou a Universidade de Coimbra, onde em 1879 se formou bacharel em Direito. Ingressou em novembro de 1879 na administração colonial portuguesa, sendo depois nomeado governador da província de São Tomé e Príncipe, cargo que exerceu de 3 de janeiro de 1880 a 30 de dezembro de 1881.Foi eleito deputado do Partido Progressista nas eleições gerais de junho de 1884 (25.ª legislatura da Monarquia Constitucional Portuguesa), pelo círculo eleitoral de Braga.Foi Par do Reino e Ministro plenipotenciário de Portugal em Haia (1886) e Berlim (1894-1910). Com o fim da monarquia instalou-se em Pindela até à sua morte.Recebeu os títulos de Fidalgo e Cavaleiro da Casa Real e por decreto de 20 de maio e carta régia de 8 de julho de 1886, foi confirmado no título de 2.º Visconde de Pindela.Dedicou-se aos estudos genealógicos e foi escritor, autor de diversas obras publicadas. Escreveu uma monografia sobre S. Tomé e Príncipe.Casou em Lisboa, a 23 de maio de 1889, com Maria Amália de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos (28 de dezembro de 1855-14 de abril de 1918), filha do 2.º Conde de Vila Real e senhor do Morgado de Mateus e de Júlia Braamcamp de Almeida Castelo-Branco. Deste casamento houve três filhos: Júlia Leonor Pinheiro Machado de Melo; Grácia Maria Eulália Pinheiro de Melo e João Afonso Simão Pinheiro Lobo Figueira Machado de Melo e Almada, 3.º Visconde de Pindela.Conhecer mais sobre a vida do 2º Visconde - ver https://albertosampaioarquivo.wordpress.com/
História custodial e arquivística
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