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Comissão Promotora da Homenagem Póstuma ao Grande Escritor Camilo Castelo Branco. 1915-1921

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Comissão Promotora da Homenagem Póstuma ao Grande Escritor Camilo Castelo Branco. 1915-1921

Detalhes do registo

Nível

Registo de autoridade   Registo de autoridade

Tipo de entidade

Código

CHCCB

Forma autorizada de nome

Comissão Promotora da Homenagem Póstuma ao Grande Escritor Camilo Castelo Branco. 1915-1921

Forma paralela de nome

Comissão promotora da homenagem póstuma ao grande escritor Camilo Castelo Branco

Datas de existência

1915-04-11  a  1921-06-05 

História administrativa/biográfica/familiar

1915João Machado Pinheiro Correia de Melo, 1.º visconde de Pindela, juntamente com José de Azevedo e Menezes e Nuno Simões, foram subscritores de uma carta aberta (7 de abril de 1915) que convidava a população de Famalicão a participar numa reunião no Salão Olympia para se discutir o projeto do Museu Camilo. No dia 11 de abril, às 11h30, reuniu-se a mesa, presidida pelo 1º visconde de Pindela e junto da assistência foram lidas as cartas dos que não puderam comparecer (visconde de Castelões, senador Sousa Fernandes, prior José Dias Veloso, Júlio Brandão, Henrique Brunschwich e Horácio Correia de Azevedo). Seguidamente, José de Azevedo e Menezes disse:«... referindo-se ao homenageado escritor disse que este, após uma vida errante a acidentária, só encontrou repouso na modesta casa de São Miguel de Seide, hoje reduzida a cinzas, e ali produziu numerosas obras que são outras tantas jóias do melhor ouro da literatura portuguesa; que inspirara e auxiliara a revista “Alvorada”, que se publicou nesta Vila de Famalicão em Junho de mil oitocentos e oitenta e cinco, colaborando no seu primeiro número e em outros concorrendo assim para despertar nos jovens plumitivos desta Vila o amor ao estudo, e animando-os com palavras de benevolência; lembra a influência benéfica dos homens de letras e cientistas na boa administração do país, desde os primórdios da monarquia portuguesa até aos nossos dias, em que destaca a figura luminosa de Camilo, bem digna das homenagens que os seus admiradores querem prestar-lhe; informa a assembleia de que talvez se possam obter as ruínas da casa de Seide, o quintal, a livraria, autógrafos, mobiliário e objectos de uso do festejado escritor, pela quantia de dois contos de réis; e que serão necessários mais dois para reedificar a casa incendiada exacta e rigorosamente em tudo igual à antiga, a fim de se fundar a Escola e o museu-Camilo.» ´In “Livro de actas da Comissão Promotora da Homenagem posthuma ao grande escriptor Camilo Castelo Branco”. Acta nº1, 11 abril 1915.Nuno Simões interveio, e propôs-se à assembleia a constituição de uma comissão, denominada Comissão promotora da homenagem póstuma ao grande escritor Camilo Castelo Branco, composta por: José de Azevedo e Menezes, Francisco Correia de Mesquita, Nuno Simões, Daniel Augusto dos Santos, Francisco Maria de Oliveira e Silva, José Robalo Ferreira. No 18 de abril de 1915, a Comissão reuniu, na Casa do Vinhal, para a nomeação dos titulares aos cargos Presidente - José de Azevedo e Menezes, Secretário - Nuno Simões, Tesoureiro - Francisco Correia de Mesquita Guimarães. Deliberaram: a abertura de negociações com a nora e os netos de Camilo para a compra da casa, terrenos adjacentes e objetos e documentos do escritor ainda na posse dos familiares; o convite a um arquiteto para executar o projeto da casa; a solicitação de subsídios ao Governo e às principais Câmaras Municipais do país. Em junho 1915, Nuno Simões é substituído no cargo de secretário por Manuel Pinto de Sousa, jornalista. Durante o ano 1915, José Azevedo e Meneses intercedeu por donativos para o projeto de reedificação da casa junto do poder político e convidou presidentes das câmaras a inscreverem nos orçamentos verbas para doarem. Enviou ofícios de agradecimento aos diretores de jornais, por estes terem publicado a abertura de subscrições junto dos seus leitores e a capitalistas no Brasil, ao cônsul de Portugal no Rio de Janeiro. No final do ano de 1915, foi escolhido o arquiteto Carlos Fernando Leituga para elaborar a planta da reedificação da casa, com a «conservação das linhas características da antiga casa incendiada, mantendo a sua divisão anterior, e apenas modificando no rés-do-chão da casa do lado norte o que fosse necessário para adaptar essa parte ao salão da escola primária da freguesia de Seide». 1916Em março de 1916, Leituga apresentou o projeto, o qual, depois de examinado pela Comissão, foi aprovado. Em setembro 1916 a empreitada foi adjudicada a José de Oliveira Osório, da freguesia de Cabeçudos, um dos seis mestres-de-obras presentes ao ato. Em outubro 1916, foi o início da obra de pedreiro. A campanha de angariação de fundos continua, o estado oferece o subsídio de dois mil escudos, proveniente de uma verba do ministério da Instrução destinada a construções escolares. José de Azevedo e Menezes desloca-se a casa dos capitalistas da região, acompanhado por vogais, para pedir uma contribuição financeira, acompanhava as obras, tratava da correspondência.1917Continua a reconstrução da casa e prepara-se o projeto museológico; Encomenda ao pintor José de Brito de uma tela com o retrato a óleo de Camilo Castelo Branco, para expor numa das salas do museu; Convite a Jorge Colaço para pintar um painel de azulejos com o retrato de Camilo que iria decorar a sala de aulas. Há ofertas para a Casa: um chapéu de «seda de copa alta, à Marialva» que Henrique Coutinho, negociante de chapelaria no Porto, tinha oferecido ao escritor por altura do seu aniversário, em 16 de março de 1885; o presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, conhecedor do paradeiro do canapé de palhinha vai tentar comprá-lo. Vários artistas que a Comissão contactou - José Malhoa, Ernesto Ferreira Condeixa, Teixeira Lopes, João José Vaz, Roque Gameiro e Columbano, e outros, aceitaram enviar ofertas de trabalhos.1918Em janeiro de 1918, chegou tela de José de Brito e a Comissão elaborou em ata um voto de louvor. Em março, a casa estava pronta, as vitrines para expor objetos e estantes para guardar a Camiliana do professor da Universidade de Coimbra, Arzila da Fonseca, estavam prontas. Estava previsto abrir o museu no verão de 1918, mas houve atrasos, um deles foi a construção da estrada de ligação de Vila Nova de Famalicão a S. Miguel de Seide.1919Em março de 1919, Nuno Simões, secretário do Supremo Tribunal Administrativo, anuncia a atribuição de um subsídio pelo governo no valor de mil escudos, que foi insuficiente e dois anos depois a estrada não estava concluída. 1920No 7 de novembro 1920 foi o prestar contas do trabalho da Comissão. José de Azevedo e Menezes leu o relatório do que de mais relevante que foi executado. Em novembro 1920, foi a entrega formal da casa à Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, no dia 28 de novembro, José de Azevedo e Menezes fez um discurso de homenagem a Camilo, às crianças e pais da escola na casa do escritor. Na sessão camarária de 6 de dezembro de 1920, presidida por Júlio Gonçalves de Araújo, o presidente da comissão fez entrega dos autógrafos, mobiliário, objetos de uso e livros, da correspondência arquivada dos seus numerosos amigos e admiradores, e as chaves do novo edifício à Câmara.1921A 6 maio 1921 lavrou-se a última ata da reunião da Comissão, relatando e agradecendo os donativos e informando que a Comissão termina funções.In Livro de actas da Comissão Promotora da Homenagem posthuma ao grande escriptor Camilo Castelo Branco, 11 abril 1915 a 5 junho de 1921.

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