Carta Topográfica de Vila Nova de Famalicão: Ano de 1920
Nível de descrição
Documento simples
Código de referência
PT/MVNF/AMAS/CMVNF/L-G/000005
Tipo de título
Formal
Título
Carta Topográfica de Vila Nova de Famalicão: Ano de 1920
Datas de produção
1920
a
1920
Dimensão e suporte
4 f. p&b (86 x 81 cm); papel, Escala 1/1000.
História administrativa/biográfica/familiar
Comentários à Planta de 1920 A Planta Municipal de 1920 mostra-nos a Rua Direita com início no local onde hoje se abre a Rua Júlio Araújo, que corre entre a Praça 9 de Abril e a Avenida 25 de Abril. Aqui havia então uma construção saliente que obrigava a um alargamento triangular do passeio, na época muito estreito. Daí para cima, isto é, para norte, a Planta representa, a sombreado, os edifícios. Mas não sei se as linhas divisórias que os distinguem separam habitações ou prédios propriamente ditos, não se diferenciando uns dos outros. A Rua Direita tinha um número de casas muito superior ao actual, pois incluía uma parte significativa da Praça 9 de Abril, que nessa época não existia. A maior parte do espaço que hoje a constitui era ocupada por dois edifícios de dimensões avultadas, sendo um deles fronteiro ao prédio da Foto Lamarts, à casinha integrada no estabelecimento Maria Fernanda e a outra que a segue. Aquele conjunto de velhas construções degradadas (chamavam-lhe a “ilha”), cujo aspecto já suscitava exigências para a sua demolição, ostentava um fontenário na fachada sul, virada para o actual Talho Adriano, “dobrava” a parede em ângulo para a Rua das Laranjeiras, abrindo-se um pequeno largo triangular onde recomeçava o lado direito nascente da Rua Direita. Daí para norte subia, com um ligeiro alargamento no sítio onde se encontra a pequena placa circular, na Avenida 25 de Abril, junto da Casa da Música. Prosseguia em linha recta, com os edifícios alinhados (como hoje), enquanto no lado poente as casas entre a Viela dos Eixidos e a Casa da Cultura (antiga cadeia) eram ligeiramente recuadas (foram todos demolidos por volta de 1935, para abertura de um acesso ao lavadouro público, actualmente “emparedado”). No lugar dos respectivos quintais ergue-se agora o chafariz que veio do Campo Mouzinho. O traçado da Rua continuava, com uma amplitude inferior à do troço inicial (mais estreita), até à Rua de Camilo Castelo Branco e virava na direcção da Capela da Lapa. Aqui surgiam as clareiras na mancha edificada. Com efeito, no último quartel do século XIX, era ali a transição do núcleo urbano para a paisagem rural. Foi na passagem do século XIX para o século XX que começou a construção dos primeiros edifícios a seguir à referida Capela, na que seria a Rua Álvaro de Castelões. Em 1951 procedeu-se à demolição das casas do lado esquerdo (poente) para um significativo alargamento da via, que ganhou o actual traçado. As casas do lado direito (nascente) foram demolidas na década de noventa do século XX, dando lugar a blocos de apartamentos. A Rua de Camilo Castelo Branco era, em 1920, uma larga artéria bordejada (no lado norte) por jardins da Câmara Municipal, pelas escolas primárias (situadas, aproximadamente, no lugar do actual parque automóvel privativo da Câmara), pela casa de Brandão Faria (que deu lugar, há vinte e tal anos, ao Edifício Varanda do Sol), e por quintais. Do outro lado (sul), apenas se levantava uma casa na esquina da Rua Direita, seguindo-se um longo muro de quintais até ao palacete Ferraro Vaz, na esquina inferior, com a Rua Adriano Pinto Basto. Nos vinte anos que se seguiram à feitura da Planta, a Rua Direita foi semi-destruída e praticamente descaracterizada com as demolições impostas pela modernização urbanística: primeiro foram derrubados os grandes edifícios que constituíam a “ilha”, para ampliar a antiga Praça da Mota e dar lugar à denominada Praça 9 de Abril; depois abateu-se as construções do lado direito (nascente) da Rua até ao prédio (incluído) em cujo espaço hoje se ergue outro, que faz esquina com a Avenida 25 de Abril (a Casa da D. Soledade Malvar); seguiram o mesmo destino, anos depois, os do lado esquerdo (poente) que lhes eram fronteiros, para continuar a citada Avenida; e depois foi a destruição das casas entre a Viela dos Eixidos e a então cadeia (o que permitiu a abertura das janelas na fachada sul da mesma, hoje Casa da Cultura). Neste Dezembro de 2006, encontram-se em demolição (pelo menos o seu “miolo”) mais dois dos antigos prédios da Rua, de que adiante se falará... Nos princípios da década de cinquenta, como disse, fez-se desaparecer as habitações do lado esquerdo (poente), desde a Rua de Camilo Castelo Branco até aos Pelames. Já nos nossos dias construiu-se o bloco na esquina das duas ruas (Direita e Camilo), onde estava uma vivenda de dimensões razoáveis, que viria a abrigar as instalações do serviço privado de enfermagem que ainda lá se encontra. E na década de noventa, como também já foi notado, fez-se a razia na correnteza de casas e muros que se estendia da esquina da Rua de Camilo Castelo Branco (lado norte) até à Cruz Velha (incluindo toda a Rua de Álvaro de Castelões). Na actual Rua Daniel dos Santos, outrora Rua Municipal, só não se alterou o traçado. Do resto, nada se liga a 1920... Tais são as diferenças entre a actualidade e aqueles já longínquos anos vinte do século passado, no que respeita à Rua Direita e suas imediações. In Vasconcelos, Álvaro Rocha. (2009). A Rua Direita. Editorial Novembro. p. 36-39
Âmbito e conteúdo
Carta topográfica impressa, cortada em quatro partes iguais e numeradas de 1 a 4. Levantamento e execução eng. e arq. Joaquim Gonçalves da Silva, eng. Alberto Joaquim Lima, desenhador Manuel Martins Rodrigues Júnior. Existe fotocópia da planta. Mencionada no livro: Vasconcelos, Álvaro Rocha. (2009). A Rua Direita. Editorial Novembro. p. 36-39
Condições de acesso
Comunicável, sem restrições legais.
Condições de reprodução
A reprodução de documentos encontra-se sujeita a algumas restrições tendo em conta o tipo dos documentos, o seu estado de conservação, o fim a que se destina a reprodução.
Cota descritiva
PL 5 -
Idioma e escrita
Português
Características físicas e requisitos técnicos
Em regular estado de conservação.
Instrumentos de pesquisa
ODA