Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho Leal
Nível de descrição
Unidade de instalação
Código de referência
PT/MVNF/AMAS/JAM/001/0042
Tipo de título
Atribuído
Título
Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho Leal
Datas de produção
1874
a
1878-10-28
Dimensão e suporte
6 u.i.; papel.
História administrativa/biográfica/familiar
Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho Leal (Lisboa, 16 de Outubro de 1816 - Porto, 2 de Janeiro de 1884) foi um militar português mais conhecido por historiador, pela sua monumental obra corográfica: «Portugal Antigo e Moderno», em 12 volumes, publicados em Lisboa pela Livraria Editora de Mattos Moreira entre 1873 e 1890.Era filho de José Matias Barregosa (natural de Vimieiro, Arraiolos), quartel-mestre do Batalhão de Caçadores N.° 3, ferido na Batalha do Buçaco em 1810, e de Rita de Cássia Soares de Azevedo, da família dos Soares de Azevedo, senhores da Casa de Paradela, no lugar do mesmo nome, meeiro das freguesias de São Miguel do Mato, Arouca, e Vale, Santa Maria da Feira. Nasceu em Belém, Lisboa, a 21 de Novembro de 1816. O próprio, em carta a Camilo Castelo Branco (publicada no jornal O Correio da Feira, de 9 de Agosto de 1969), diz ter nascido em Lisboa, a 16 de Outubro de 1816. Contudo, nos livros dos registos paroquiais de São Tiago de Penamacor (hoje Penamacor) aparece o seu registo de batismo, celebrado a 30 de Novembro de 1816, onde se diz que nasceu a 21 de Novembro sem, no entanto, se referir o local onde nasceu. Pinho Leal passou os primeiros anos da sua infância na Quinta do Laranjal, em Penamacor. Aos 6 anos, seguiu com os pais numa expedição para a Bahia, Brasil, onde presenciou os combates que as tropas portuguesas travaram com as forças brasileiras em 3 de Março e 3 de Maio de 1823, e aos 10 assentou praça nos Caçadores 4, em Castro Marim. Nesse mesmo ano, 1826, embarcou para Ayamonte, em Espanha, regressou a Portugal, voltou a Espanha e tornou a Portugal, andando por Penamacor, Sabugal, Idanha, Almeida, Pinhel, Coriscada e Celorico de Nespereira. Aos 12 anos emigrou para Arnedo, Espanha, voltando pouco depois a Lisboa, onde se matriculou no Colégio dos Nobres, que frequentou durante um ano. Transferiu-se para o Porto, onde cursou matemáticas na Real Academia da Marinha e Comércio, e aos 18 tomou parte, como alferes, na Batalha da Asseiceira, ao lado dos realistas, contra os constitucionais, sendo ferido por uma bala que lhe perfurou uma perna e feito prisioneiro do Conde de Vila-Flor. Foi preso para o Castelo de São Jorge, sendo solto em Junho desse ano, em consequência da Convenção de Évora-Monte. Várias destas andanças foram relatadas por carta a Camilo Castelo Branco, seu amigo, que as publicou nos seus romances A Brasileira de Prazins e A Viúva do Enforcado.Desanimados com a evolução dos acontecimentos políticos, pois os absolutistas haviam perdido a guerra civil, Pinho Leal e seu pai, agora tenente quartel-mestre, renunciam à carreira militar, fixando-se em Paradela e mais tarde e Louredinho, Vale, Santa Maria da Feira. A 12 de Julho de 1834, seu pai é apunhalado por um liberal como represália política. Em consequência dessas punhaladas, ficou paralítico, vindo a falecer a 24 de Dezembro de 1838. A 26 de Setembro de 1839 casa-se na Igreja Paroquial de Romariz, Santa Maria da Feira, com Maria Rosa de Almeida (e Castro), do Carvalhal - Romariz, de quem veio a ter 7 filhos. Com o dote da mulher constrói aí a sua pequena casa e faz-se mestre-escola. Contudo, essa profissão não se coaduna com o seu feitio mexido, com os seus hábitos errantes, tão errantes que aos 10 anos já tinha percorrido mais de 2400 léguas. Dedicou-se então à pintura e ao restauro de imagens antigas. No Verão de 1840, ao pintar e restaurar a Igreja de Santa Eulália, em Arouca, encontrou na livraria do pároco o Diálogo de Varia História, de Pedro de Mariz (Coimbra, 1599). Foi então que teve a ideia de escrever um Dicionário Histórico e Geográfico de Portugal.Em 1846 rebenta a revolta da Maria da Fonte, logo seguida da Patuleia. Embora a luta se travasse entre liberais (cartistas e setembristas), e ele se conservasse ferrenhamente miguelista, arma à sua custa 100 homens, apresenta-se com eles à guerrilha do escocês jacobita Reginald MacDonell, ao serviço de D. Miguel I, em Castelo de Paiva, e marcha para o Norte com o posto de capitão, a que fora promovido a 1 de Dezembro desse ano. É então vencido e feito prisioneiro dos Cartistas, em Trás-os-Montes e Alto Douro, seguindo para o Porto, debaixo de prisão. Na Régua, durante a travessia do Douro, fala aos barqueiros e estes, mesmo no meio do rio, desarmam e subjugam a escolta, dando fuga aos presos. Pinho Leal volta então para a sua casa do Carvalhal e consegue ser nomeado subdelegado do procurador régio no Julgado de Fermedo, onde era juiz o Dr. José Joaquim de Oliveira Valente, de Goim, Romariz, também miguelista, com quem pouco depois se incompatibilizou.Ainda não tinha desistido de escrever um dicionário. O que não tinha era dinheiro. Em 1860, graças ao valimento dum amigo, consegue então a administração da Casa do Covo, em Oliveira de Azeméis. O Conde do Covo tinha prazos em quase todas as províncias de Portugal. Isto permitir-lhe-á percorrer todo o país, a receber foros e renovar contratos. Nas horas vagas visita arquivos e recolhe elementos para a obra que projetara. Numa dessas viagens, Pinho Leal, que como poucos conhecia geologicamente o país e muito se dedicava ao estudo de minas, descobriu os jazigos de carvão de Castelo de Paiva. Por essa descoberta, sustentou, durante anos, duro pleito judicial em Lisboa. Ganhou a questão e vendeu por quatro contos de réis os seus direitos de descobridor, instalando-se em Lisboa (1865).Ao fim de 6 anos regressa ao Carvalhal com um volumoso dossier, e durante os 7 anos seguintes mais não faz do que pôr em ordem os seus apontamentos e escrever cartas a toda a gente, conhecida e desconhecida, pedindo informações. Segundo um seu parente, Alfredo Gonçalves de Azevedo, Pinho Leal escreveu quase toda a sua obra na sua residência, no Carvalhal, Romariz.Em 1873 retirou-se para Lisboa, a fim de acompanhar de perto a publicação da sua obra a que deu o nome de "Portugal Antigo e Moderno" (12 volumes 1873-1890), o que só foi possível graças à influência de Camilo Castelo Branco e à boa vontade do seu editor e amigo Mattos Moreira. Aquando da publicação do X Volume, caiu gravemente doente e retirou-se para o Porto. Veio a falecer já viúvo, no nº 393 da Rua de Serralves, Lordelo do Ouro, a 2 de Janeiro de 1884.Fonte: Wikipédia.
Condições de acesso
Comunicável, sem restrições legais.
Cota descritiva
JAM 307, 308, 309, 310, 311, 312
Idioma e escrita
Português
Características físicas e requisitos técnicos
Em regular estado de conservação.
Instrumentos de pesquisa
ODA