Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Famalicão
Nível de descrição
Fundo
Código de referência
PT/MVNF/AMAS/AHBVF
Tipo de título
Atribuído
Título
Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Famalicão
Datas de produção
1890
a
2004
Dimensão e suporte
195 u.i. (72 livros, 1 livreto, 103 maços, 9 álbuns, 6 cadernos, 2 folhas, 2 pastas, 1 cartão); em 56 caixas.
Entidade detentora
Município de Vila Nova de Famalicão - Arquivo Municipal Alberto Sampaio
História administrativa/biográfica/familiar
Fundação (1890)- Na madrugada de 4 de Março de 1890, Vila Nova de Famalicão é palco de um incêndio de grandes proporções, na rua Formosa, ao ponto de «pôr em chamas toda a vila»! As corporações do Porto, Braga e Barcelos são chamadas a auxiliar os bombeiros municipais sem meios suficientes para circunscrever o fogo e controlar a situação. Ao final da manhã, depois de horas de aflição e de angústia vividas pela população, a calma regressa à vila.No mês seguinte, depois do incêndio devastador no Campo da Feira, cento e três homens decidem fundar a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Famalicão. A 6 de Maio são aprovados os Estatutos e, a 16 de junho, tem lugar a eleição dos Corpos Sociais da Associação e do Comando da Corporação:Direção: Presidente - Daniel Augusto dos Santos; Vice-Presidente - Silvério Ferreira de Macedo; 1.º secretário - Francisco Mesquita Correia Guimarães; 2.º secretário - Manuel Pinto de Sousa; Tesoureiro - Guilherme Teixeira Folhadela.Assembleia-Geral: Presidente - Joaquim José Sousa Fernandes; 1.º secretário - Higino Veloso de Macedo; 2.º secretário - António Vicente de Carvalho Leal e Sousa Júnior.Comando: 1.º Comandante - Francisco Maria de Oliveira e Silva; 2.º Comandante - Augusto Teixeira Folhadela.À aprovação dos Estatutos e eleição dos Corpos Sociais da Associação e do Comando da Corporação, seguiu-se a compra de um edifício com as condições, consideradas adequadas, para a instalação da sede da recém-formada instituição famalicense e do quartel. Até se efetivar a aquisição do imóvel, as reuniões da associação têm lugar nas casas particulares do Presidente da Direção, Daniel dos Santos, e do Tesoureiro, Guilherme Teixeira Folhadela.Anos de afirmação (1927- ) -Um ato de indisciplina de alguns dos bombeiros da corporação esteve na origem do afastamento do 1.º Comandante, Álvaro Bezerra e da formação de uma nova Associação de Bombeiros na vila de Famalicão, corria o ano de 1927. A irredutibilidade nas decisões que, entretanto, se tomaram, incendiou ainda mais os ânimos, passando a constituir tema de conversa na vila e arredores. É neste cenário de conflito e de alguma instabilidade que surgem, em 1928, os Estatutos da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Famalicão em letra de imprensa e, no ano seguinte, a proposta de alterações dos uniformes, apresentada pelo 1.º Comandante, Capitão Manuel Moreira Rodrigues de Carvalho. As reuniões das assembleias gerais da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários realizadas em maio de 1926 foram preenchidas com a discussão e a aprovação dos novos Estatutos. A edição dos Estatutos data, no entanto, de 1928, a seguir à dissolução do corpo ativo e à consequente fundação dos Bombeiros Voluntários Famalicenses.Cinquenta Anos ao Serviço de Famalicão (1890-1940) - A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários ao completar 50 anos ao serviço de Famalicão voltou a ser agraciada pelo Presidente da República Óscar Carmona, desta vez com o Grau de Comendador da Ordem de Benemerência. A «festa de “Bodas de Oiro”» só viria a realizar-se três anos mais tarde, em 24 de outubro de 1943, fazendo coincidir a data com a conclusão das obras na sede propostas por Hilário Carvalho.No início de 1943 o edifício da Associação foi submetido a obras de fundo, plenamente justificadas dada a antiguidade do imóvel. Nada ficou por fazer: substituiu-se toda a telha, reparou-se a instalação elétrica, alteraram-se as escadas de acesso, fizeram-se intervenções na sala de jogos e na Galeria dos Benfeitores, e adequou-se um espaço a salão nobre «com iluminação e mobília […] e tudo o mais que lhe imprimisse solenidade». Para assinalar a reabertura do edifício a seguir à grande reforma por que tinha passado, a Direção decidiu festejar as «Bodas de Ouro» que, três anos antes, em 1940, não tinham sido motivo de comemorações, provavelmente devido à 1.ª Guerra Mundial.No ano seguinte à atribuição da Medalha de Ouro pelo Município de Vila Nova de Famalicão, a Associação Humanitária de Bombeiros recebeu uma outra medalha, também de ouro, da Liga dos Bombeiros Portugueses. Tão honrosas distinções não só encheram de orgulho os dirigentes e os briosos soldados da paz desta Corporação famalicense, como dignificaram a histórica instituição. Inauguração do novo quartel (1966) - O tão aguardado dia da inauguração das instalações do novo quartel chegou a 28 de setembro de 1966. As cerimónias oficiais, onde marcaram presença as entidades locais e regionais, representadas ao mais alto nível, foram presididas pelo Ministro do Interior Santos Júnior.Bodas de Diamante (1966) - No mês seguinte ao ato solene da inauguração do quartel, em 16 de outubro de 1966 a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários voltou a estar em festa com as Comemorações das Bodas de Diamante. Setenta e cinco anos ao serviço da população de Famalicão.Homenagem ao Comandante Soares (1992)- No início de junho de 1929, Fernando da Silva Soares alistou-se na Corporação de Bombeiros Voluntários. Começava, assim, uma longa história de vida de um homem inteiramente dedicada ao ideal humanitário do voluntariado. Proposto para Comandante da Corporação em março de 1951 por reunir «as qualidades precisas para desempenhar bem essa missão», manteve-se nas funções de comando até 1991. A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Famalicão soube reconhecer os muitos anos de companheirismo ao lado dos seus homens e de serviço à comunidade, homenageando o valoroso comandante no dia do seu 80.º aniversário natalício, 20 de janeiro de 1992.Inauguração do novo e atual quartel (1985)- Em 5 de outubro de 1985, teve lugar a bênção da primeira pedra do novo quartel na rua Rebelo Mesquita, o qual viria a ser inaugurado cinco anos depois, no dia em que eram decorridos 100 anos sobre a data da fundação da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Famalicão.Festas do centenário (1990)- As comemorações do Centenário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Famalicão, em 6 de maio de 1990, foram vividas num clima de grande festividade e de fortes emoções. Com o arrear das bandeiras do quartel do Campo Mouzinho de Albuquerque, onde a sede da corporação se instalara a partir de 1966, finalizava-se mais um capítulo da história desta associação centenária, para logo se iniciar outro novo capítulo, já nas instalações do novo quartel.Assistiram às comemorações o ministro da Administração Interna, o Arcebispo Primaz de Braga, o Presidente do Serviço Nacional de Bombeiros e muitas outras individualidades de instituições famalicenses e da região Norte. Ao tributo prestado ao 1.º Comandante Fernando Soares, no desempenho dessa função desde 1951 e, como tal, o comandante que mais tempo se manteve na liderança da corporação, seguiu-se a bênção do novo quartel pelo Arcebispo Primaz de Braga, D. Eurico Nogueira, e a inauguração das instalações pelo ministro Dr. Manuel Pereira. A sessão solene e o desfile das corporações de bombeiros do Distrito de Braga, que contou com a presença de 300 homens e 52 viaturas, constituíram também pontos altos das Festas do Centenário.
História custodial e arquivística
O fundo foi arranjado e organizado pelo AMAS.
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Contrato de comodato.
Âmbito e conteúdo
O fundo da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Famalicão é composto por:Secção A Associação - 142 u.i. (56 livros, 1 livreto, 5 cadernos, 78 maços, 1 folha, 1 cartão); Secção B Comando - 32 u.i. (16 livros, 14 maços, 1 caderno, 1 folha); Secção C Arquivo Hilário Carvalho - 11 u.i. (10 maços, 1 álbum); Secção D Iconografia - 10 u.i. (8 álbuns; 1 pasta, 1 maço).
Sistema de organização
Orgânico e funcional. Ordenação numérica.
Condições de acesso
Comunicável, sem restrições legais.
Condições de reprodução
A reprodução de documentos encontra-se sujeita a algumas restrições tendo em conta o seu estado de conservação, o fim a que se destina a reprodução.
Idioma e escrita
Português
Instrumentos de pesquisa
ODA
Relações com registos de autoridade